8 Nov 2011

Comer bem, comendo fora


Especialistas dão dicas para garantir uma alimentação nutritiva quando for comer fora de casa

Comer bem, comendo foraA tradicional cena da família sentada ao redor da mesa partilhando junta a refeição pode ser considerada peça de museu na cidade grande. Com a correria de trabalho, estudo, responsabilidades a resolver, a grande maioria comemora quando consegue sentar e almoçar decentemente. Muitos fazem um lanche rápido, em pé, entre uma ocupação e outra – quando comem. Se comer fora com qualidade não é fácil, para vegetarianos e veganos vira um desafio. Como explicar que não dá para fazer queijo quente na chapa em que foi feito um misto quente minutos antes? Como fazer entender que cozinhar o feijão com porco – mesmo tirando depois – significa colocar carne na comida?

Depois de superados esses obstáculos, surge outro, de grande importância: como ter uma alimentação equilibrada, que garanta boa saúde, comendo fora? Apesar de o tema parecer complexo, a saída, às vezes, pode ser mais simples do que aparenta.

Mudança de hábitos

Quando a pessoa não está se alimentando bem, percebe que não tem uma dieta rica, variada, que alcance todos os grupos necessários para uma refeição, o primeiro passo é pensar em mudar os hábitos. O nutricionista George Guimarães recomenda pesquisar melhor para encontrar um restaurante ou lanchonete que mais se adapte às suas necessidades. “Às vezes a pessoa está tão presa aos hábitos, comendo em um lugar em que acostumou, que nem imagina que pode ter um local melhor, há duas quadras dali.”

Se a procura não deu resultado, a dica do nutricionista é considerar a possibilidade de levar parte da refeição de casa. “A tendência das pessoas é levar marmita ou comer fora. Mas tem o meio-termo”, alerta George. Como exemplo, ele cita que é possível comer a salada do restaurante por quilo e levar macarrão com tofu. Outra dica é levar a sobremesa, que pode ser uma fruta.

George chama atenção para um detalhe importante, que geralmente não é considerado e pode fazer toda diferença para quem vai levar comida de casa: o recipiente. “O saquinho às vezes estoura, faz sujeira e a pessoa acaba desistindo. Além do lixo que gera.” Nesse caso, a ideia é carregar a refeição em um pote plástico ou de vidro pequeno, que preserva o alimento.

Quebra de paradigmas

Já que é para pensar em mudar os hábitos por uma saúde melhor, por que não reconsiderar a refeição principal? Essa é outra ideia do nutricionista para harmonizar as necessidades do cotidiano com uma dieta equilibrada. “Para a maior parte das pessoas, o almoço é a refeição principal. E se tiver que mudar isso?”, questiona, destacando que não é porque sempre foi assim que não pode mudar.

Uma opção é fazer do café da manhã a principal refeição, com uma alimentação reforçada. “Comer mais de manhã, fazer um lanche à tarde e jantar melhor”, sugere George. Nessa mudança, um cuidado: não é para não almoçar ou fazer uma refeição de baixa qualidade. A proposta é diminuir a quantidade de comida, considerando que o almoço não precisa ser a maior refeição do dia, se conseguir distribuir o volume nas outras.


Quem diminui a quantidade de almoço pode fazer um lanche reforçado no meio da tarde. “Fica fácil tomar leite de soja com fruta. Basta levar o leite em pó e pedir no restaurante ou na copa para bater com a fruta”, sugere George.

“Cerca de 80% a 90% das pessoas que atendo comem em restaurantes”, avalia a nutricionista Astrid Pfeiffer. Considerando esse universo, ela aponta um erro comum que acaba sendo prejudicial para a refeição de quem come em self service, que é começar a pegar comida sem observar o que há disponível.

Por isso, a primeira dica de Astrid é olhar o bufê inteiro, verificando o que há de salada, legumes, frutas e pratos quentes. “Depois a pessoa vai se servir, porque muitas vezes segue direto para o prato principal, colocando batata frita, esfiha e enchendo o prato com muita gordura; sobra uma quantidade pequena para saladas, legumes e frutas.” Essa atitude impede de manter a quantidade ideal de cada grupo de alimento nas refeições.

Quem não consegue almoçar – ou optou por escolher outra refeição como principal – pode fazer um lanche reforçado. Pão integral, tofu grelhado ou pasta de tofu, alface, rúcula, cenoura ralada. Quem é ovo-lacto vegetariano pode incluir queijo branco. Para complementar, levar uma fruta, como maçã, pera ou banana, que é fácil de carregar. A uva pode ser colocada em um pote, para não amassar.

O que comer? Quanto comer?

O que comer e quanto comer em cada refeição? Essa é uma dúvida comum enfrentada diariamente diante do balcão da lanchonete ou do restaurante. Para ajudar, Astrid Pfeiffer sugere algumas opções de cardápio.

Café da manhã

Quem tem o ritual de sair de casa e parar no caminho para o trabalho e tomar o café da manhã, não precisa ficar restrito ao tradicional café com leite e pão francês.

Há diversas opções diferentes – e até mais variadas – para começar o dia. Uma boa alternativa é pedir vitamina de frutas, como um mix com mamão, banana e laranja – sem leite nem água.

Alguns restaurantes preparam salada de frutas – e, se tiver à disposição, vale pedir para colocar aveia ou fazer açaí com granola.

Quem não abre mão do pão francês na chapa pode fazer uma opção mais saudável escolhendo a versão integral – já disponível em algumas padarias – e deixando de lado a manteiga e o queijo.

Almoço

No almoço pode-se dividir o parto em três partes:

Vegetarianos: O que comer? Quanto comer?- Na metade do prato: A primeira coisa a fazer é servir as saladas, dando preferência para as verde-escuras, ricas em cálcio: couve, rúcula, mostarda, brócolis... Depois, colocar cenoura, tomate, alimentos ricos em vitamina A e antioxidantes. Dentro do grupo de hortaliças, pegar raízes – batata, inhame, aipim – de preferência cozidas, assadas, refogadas ou no vapor. Evitar frituras. É preciso tomar cuidado com a quantidade nesse grupo, que tem alimentos mais calóricos que verduras e legumes. Complementar com legumes cozidos – podem ser brócolis, couve-flor – que é rica em cálcio – e outras brássicas (nabo e couve), que são ótimas para o fígado. Com os legumes cozidos, a atenção é para o aspecto – quando ficam brilhando é porque estão cheios de óleo usado para refogar. A saída é escolher os que têm aparência menos oleosa.

- Em um quarto do prato: Aqui entra o chamado ‘prato quente’, com os grãos. Escolhendo arroz ou macarrão, dar preferência, sempre que possível, aos integrais. Entram também nesse grupo quinoa, trigo em grão e aveia em grão.

- No último quarto do prato: Para finalizar, as leguminosas: todos os tipos de feijões – azuki, branco – lentilha, grão de bico, ervilha.

Pós-refeição

Para complementar, incluir uma fruta, de preferência rica em vitamina C – para ajudar na absorção do ferro. A acerola é a mais rica nessa vitamina, mas como é difícil encontrá-la, vale o suco dessa fruta, limitando a meio copo após a refeição, para não atrapalhar a digestão. Outras opções são a laranja e a goiaba.

Jantar

Se a opção é um restaurante tradicional, o jantar pode seguir as recomendações do almoço, considerando as proporções dos grupos.

Prato principal em grande parte dos jantares, a pizza também se torna uma alternativa saudável com a massa integral. Alguns restaurantes já contam com opção de pizza vegetariana no cardápio. Quando não há – ou se a ideia é inovar – é possível pedir para inserir alguns ingredientes: rúcula, brócolis, abobrinha, berinjela, cogumelo, pimentão, cenoura e até tofu, quando houver.

Quando a refeição for um lanche, também se deve manter a proporção dos grupos. O pão integral entra no grupo dos grãos. No grupo das leguminosas pode ser inserido o tofu. Para os amiláceos (alimentos constituídos de amido), pedir purê de batatas ou inhame cozido, por exemplo.

Se não tiver, pode excluir esse grupo no jantar – inclusive, se o objetivo é emagrecer, o recomendado é deixar amiláceos somente para o almoço. Para complementar, inserir no lanche legumes cozidos e folhosos. Depois, vale reforçar com oleaginosas (castanhas, nozes, avelã) e uma fruta.

Pao de queijo vegana

Ingredientes

400 g de batata cozida
400 g de polvilho doce
100 g de polvilho azedo
1 xícara de água quente
1 xícara de óleo fervendo
Sal a gosto
Açafrão (opcional, caso queira deixar ele amarelinho)

Preparo

Cozinhe a batata, amasse e misture com o polvilho doce, o polvilho azedo e o sal. Misture bem. Acrescente o óleo e por último a água. Faça pequenas bolinhas e misture com manjerona, orégano ou curry (ou outros de sua preferência) e asse em forno médio (180º) por cerca de 25 minutos.

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