Não existe um modelo de treino que seja “perfeito” na musculação. O
ideal é que o praticante seja submetido a diferentes estímulos e
variações para que seu organismo não se acostume com o passar do tempo.
Por isso geralmente recomenda-se que o aluno não fique mais que 2 meses
com o mesmo treino. A seguir apresentarei alguns exemplos, lembrando
que são apenas EXEMPLOS e que existe uma infinidade de combinações,
dependendo de cada caso:
Treino 1
Treinar todos os músculos em um mesmo dia, todos os dias da semana
Muitos pensam que esse tipo de treino seja recomendado apenas para
iniciantes. Na verdade, eu diria que pode ser aplicado para iniciantes
e/ou para praticantes muito experientes. É comum escutarmos “o músculo
precisa de 48 horas para se recuperar” ou algo parecido, mas poucos se
lembram de que o tempo que o músculo precisa para se recuperar
dependerá do estímulo dado ao músculo. Você pode, por exemplo, treinar
peitoral (ou qualquer outro músculo), porém, não é recomendado que
sejam realizadas muitas séries (de 4 a 6 séries) e que se conheçam as
respostas das diferentes intensidades dos exercícios no organismo. O
ponto forte deste treino é a possibilidade de variar as intensidades
dos exercícios durante a semana. Ex: segunda-feira hipertrofia, terça-
feira força, quarta- feira hipertrofia, quinta- feira resistência
muscular, sexta- feira hipertrofia. Neste caso, é recomendado que um
profissional qualificado faça o planejamento, em especial um
profissional que conheça as respostas fisiológicas do treinamento.
Ex:
Treino 2
Dividir o treinamento em dois modelos: um para membros superiores e outro para membros inferiores.
Este treino é interessante pelo fato de se treinar um segmento do corpo
um dia e no outro descansar, treinando o outro. É mais utilizado em
treinos de adaptações para iniciantes ou para alunos intermediários. É
possível treinar o mesmo segmento até três vezes por semana ou variar:
treina dois dias e descansa um, dentre outros. Quanto menos treinar o
mesmo grupo muscular por semana, mais exercícios poderão ser
realizados no dia.
Ex:
Treino 3
Treinar dois grupos musculares por dia.
Este modelo de treino é mais conhecido como treino “ABC”. É muito
utilizado em academias por praticantes de musculação que buscam
hipertrofia muscular. Geralmente se treinam músculos sinergistas no
mesmo dia, visando fadiga completa. Ex: Quando você faz um exercício
como o supino, você aciona o músculo peitoral e também o tríceps e o
ombro porção anterior. Então em um mesmo treino você faz exercícios
para peito, tríceps e anterior do ombro (se você dividir o treino de
ombro em sua rotina de treino).
O ideal é que sejam realizadas mais séries nos exercícios para
peitoral e costas do que nos exercícios tríceps e bíceps, devido ao
fato de que você já aciona bíceps nos treinos de costas e tríceps nos
treinos de peito (exceto no exercício crucifixo).
Ex:
Treino 4
Esta é uma variação do treino 3 mostrado acima.
Quando treinamos costas, também acionamos o músculo bíceps
(Agonista/sinergista). Quando treinamos peito, também acionamos o
músculo tríceps (Agonista/sinergista). Neste treino os músculos costas,
bíceps são acionados no mesmo dia (lembrem-se que em um treino de
costas é acionado também o músculo bíceps) e tríceps, por exemplo. Além
disso, o treino de ombro é realizado em um dia separado.
Ex:
Treino 5
Treinar um músculo por dia: modelo utilizado por alguns fisiculturistas (por poucos na verdade).
Para treinar um músculo por dia, o treino precisa ser muito, mas muito
intenso mesmo, sendo que poucas pessoas têm a capacidade de alcançar
tal performance. Muito “acreditam” treinar pesado, mas na verdade o
treino pode não estar tão intenso como imaginam.
Ex:
Reparem que neste modelo treina-se o músculo peitoral na 2° feira e
este será treinado novamente apenas na outra 2°, ou seja, será dado um
intervalo de 7 (sete)dias. Entende-se então que o treino terá que ser
extremamente pesado. Na maioria das vezes que presenciei algumas
pessoas treinando e seguindo este modelo, pouquissimas estavam de fato
treinando com a intensidade exigida.
Os modelos apresentados são apenas alguns dos utilizados, sendo que
existe uma variedade enorme de variações para cada objetivo. Existem
muitas variáveis a serem controladas, como n° de repetições, tempo de
intervalos entre séries e exercícios, dentre outras. O mais importante
é planejar corretamente seu treino, seja qual for, pois as
possibilidades de combinações de treinos são as mais diversas.
Entao, aqui vao alguns sistemas de treinamento utilizados por atletas e praticantes de musculação. Os mais conhecidos são:
SÉRIE SIMPLES: realização de apenas uma série por grupamento muscular em uma sessão de treinamento;
SÉRIE MÚLTIPLA: realização de duas ou mais séries por grupamento muscular em uma sessão de treinamento;
PIRÂMIDE CRESCENTE: aumento das cargas e diminuição no número de repetições;
PIRÂMIDE DECRESCENTE: diminuição das cargas e aumento no número de repetições;
FASE NEGATIVA: utilização de cargas elevadas (algumas vezes com mais de 100% de uma RM), priorizando o trabalho excêntrico do movimento;
SÉRIE FORÇADA:
utilização de cargas entre 80 e 100% de 1 RM, e ao final de uma série,
fazer mais 2 ou 3 repetições com ajuda de um companheiro de treino na
fase concêntrica;
REPETIÇÕES ROUBADAS: parecido
com o sistema de séries forçadas, porém, não há necessidade da ajuda de
um companheiro. Ao invés disso, utiliza-se alguma forma de impulsão com
o corpo, principalmente os músculos posturais. Utilizado por diversos
atletas e praticantes de musculação, porém, pode trazer sérios
prejuízos à saúde, principalmente se o praticante não tiver uma boa
consciência corporal;
PRÉ-EXAUSTÃO: começa-se
a série com um exercício uni-articular, com a intenção de fadigar um
determinado músculo, e em seguida, executa-se um exercício
bi-articular, que utiliza o músculo acionado no primeiro exercício,
mais outros músculos que terão que ser acionados também, como exemplo
temos a realização de um exercício específico para bíceps antes da
realização de uma puxada para costas. Esse sistema tem sido muito
discutido atualmente, sendo que alguns estudos demonstram que os
exercícios que forem realizados por último na sessão serão os que
sofrerão maior diminuição na produção de força, independente de ser uni
ou bi-articular;
EXAUSTÃO: executar tantas repetições possíveis com uma determinada carga, até a falha concêntrica momentânea;
SUPER-SÉRIE: utilizam-se os músculos agonistas e antagonistas em uma mesma série, sem intervalo entre elas. Ex: bíceps e tríceps;
SÉRIE GIGANTE: executa-se 2 ou mais exercícios para o mesmo músculo ou grupo muscular próximos;
DROP SET: treina-se até
o esgotamento total da musculatura, diminuindo o peso logo em seguida e
continuando a realizar o exercício até a fadiga novamente e,
consequentemente, a fadiga total;
ISOMETRIA: consiste em tensionar o músculo e mantê-lo em tensão máxima por alguns segundos.
As denominações dos sistemas podem sofrer alterações em diferentes
regiões do Brasil, sendo que o mais importante é a realização correta
do método utilizado e não a nomenclatura em si. Alguns sistemas são bem
contraditórios, outros podem ser de grande ajuda em sua periodização do
treinamento, principalmente pelo fato de proporcionarem diferentes
adaptações ao organismo, quebrando a homeostase do mesmo.
Conforme descrevi nas 4 partes deste artigo, existem diversas
variáveis a serem controladas em um treino de hipertrofia muscular. É
interessante que um profissional qualificado monte seu treinamento,
justamente pelo fato dele conseguir “estruturar” corretamente o treino
a partir de todas as variáveis. Espero que as dicas utilizadas neste
artigo matéria ajudem ao prescreverem o treinamento na musculação.
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